» » Medeiros Neto: 14 de Agosto de 1958

Por Athylla Borborema.

Medeiros Neto é um município brasileiro do estado da Bahia criado em 1958, por desmembramento do município de Alcobaça. Seu nome é uma homenagem ao senador alcobacense Antônio Garcia de Medeiros Neto (1887-1948). A população do município em 2007 conforme censo do IBGE está estimada em 20.561 habitantes. E área de 1.246 quilômetros quadrados, na posição de 13º maior território do extremo sul.

O nome do município de Medeiros Neto deve-se a um ilustre baiano e grande brasileiro, Dr. Antônio Garcia de Medeiros Neto, nascido em Alcobaça e enquanto senador da república foi o autor em parceria com o deputado Oscar Cardoso da Lei nº 1.024, sancionada no governo de Dr. Antonio Balbino, e vigorada em 14/ 08/ 1958, que decretou sua emancipação política e administrativa, consolidada com o seu desmembramento de Alcobaça, no dia 29 /04/ 1959. Ele foi também Deputado Estadual Constituinte.

Medeiros Neto é o 10º maior produtor baiano de cana-de-açúcar e produção expressiva de mandioca. Sua pecuária apresenta importante criação de bovinos, além de rebanhos eqüinos, asininos e muares. No setor de bens minerais, é importante produtor de granito na escala brasileira.

Seus primeiros habitantes foram os índios pataxós. Procedeu-se à povoação branca, quando aventureiros provenientes de Minas Gerais, descendo o Rio Itanhém, chegaram próximos à foz do ribeirão Água Fria, fixando moradia tanto pela fertilidade do solo, quanto pela disponibilidade de terras devolutas, e dando à localidade o topônimo de Água Fria. A denominação atual do município deve-se a uma homenagem ao chefe político local, Antônio Garcia de Medeiros Neto.

Ao pé das serras do Rio Itanhém e o córrego Água Fria com suas águas cristalinas, cantantes ofereciam abrigo agradável para os boiadeiros e tropeiros repousarem de suas penosas jornadas. Em tudo isto pairava um grande silêncio, quebrado apenas pelo murmúrio dos ventos, pelo doce canto dos pássaros ou pelo canto triste do boiadeiro que passava.

Em 1912, Hermenegildo Neves da Silva, em companhia de Chico Braço Forte, procurando madeira descobriu o Córrego Água Fria. Pouco depois, outros desbravadores foram chegando e aqui se estabeleceram atraídos pelas raízes medicinais de grande valor econômico e encontrada em abundância nesta região. Estes homens corajosos enfrentaram as intempéries, o desconforto, vítimas dos mosquitos e das febres, porém cheios de fé, teimosos e infatigáveis, lutaram e rasgaram as matas, preparando-nos um futuro.

O tempo prossegue e a paisagem se transforma. Uma fazenda aqui, outra acolá, um casebre, uma choupana de palha, a primeira casa de tijolos construída pelas mãos rudes do homem de campo, dos fazendeiros, agricultores, cujos nomes ficaram na história pelo exemplo do seu trabalho. Homens que empenharam esforços, energias e os próprios recursos para servir a esta terra querida.

Os outros desbravadores surgiram em 1915. Guilherme Alves requere a posse da terra, vendendo-a depois para José Emídio, este por sua vez doou-a a Venceslau Falador que para aqui veio com sua esposa, dona Joana Maria dos Santos, primeira mulher a chegar a este local.

Vieram em seguida Bento Chavier dos Santos e sua mulher, dona Generosa; João Xavier dos Santos; Lúcio Branco; Clementino dos Reis; Modesto Simão, e de Alcobaça, chegaram Pedro Felipe Correia; Clemente Garibaldo; Teotônio dos Santos; João Preto; Belizário Ferreira; Justino Ferreira e Eugênio Baiano, havendo também, a chegada no dia 15 de novembro de 1936 de Iluminato Bomjardim, procedente de Rubim de União (Minas Gerais).

O primeiro casamento registrado em cartório foi de Guilhermino Francisco de Souza e Alvina Pereira Campos, realizado às 20 horas do dia 16 de setembro de 1954, na residência do Sr. João Batista do Nascimento. A cerimônia foi presidida pelo senhor Pacífico Monteiro da Costa, Juiz de Paz na época e pastor da Igreja Batista.

Em 1937, já estava formado o pequeno povoado de Água Fria, ponto de parada para descanso das jornadas dos boiadeiros que se deslocavam de Minas Gerais para o extremo sul da Bahia e repousavam no primeiro grande hotel com três andares construído pelos recém-chegados casal capixaba Joaquim Ferretti e Laura Baugathe.
Surgiu assim o povoado de Água Fria, graças aos esforços desses corajosos pioneiros, homens que ficaram ligados à nossa história. Aos poucos iam chegando pessoas dispostas a lutar. Chegaram os primeiros comerciantes entre eles o Sr. Gaudêncio Gangá.

Em 1940 em conseqüência de uma grande enchente no Rio Itanhém da qual resultou uma grande febre epidêmica na região, muitos moradores fugiram para regiões próximas, retornando em 1942, recomeçando a construção do povoado atingido pelas águas. Outras duas grandes enchentes, em 1968 e 1969 trouxeram devastação, prejuízos, doenças, destruição da ponte e atraso ao progresso.

A primeira serraria de que se tem notícia surgiu em 1951, a Brasil/Holanda, que ao lado de outros empreendimentos do ramo, deram importante contribuição ao crescimento daquela vila, promovendo a abertura de estradas, mas também provocando grande devastação nas florestas, ricas em madeiras de lei (jacarandá, pau-brasil, sucupira, peroba, jequitibá e pau d`arco, impondo desequilíbrio ecológico e alterando o clima da região, em conseqüência veio a diminuição das chuvas.

Ainda na primeira metade da década de 50 chegava a Medeiros Neto o primeiro sacerdote, padre Emiliano, que promoveu a construção da primeira capelinha no local onde hoje se encontra a Praça Gaudêncio Gangá, a qual, infelizmente hoje não mais existe, pois foi demolida.

Dois anos depois aparecem as primeiras escolas e com elas os professores João Gomes e Arlete Vasconcelos. Em 1950 é a vez da primeira professora estadual Joselita Sobral. Antes no ano de 1945, o Sr. Brasil Vasconcelos havia erguido o primeiro prédio escolar, com apenas uma sala de aula, o “Grupo Escolar Oscar Cardoso”.

No setor educacional impõe-se capítulo especial dedicado à figura incansável de dona Eugenia Viana Rodrigues, grande batalhadora pela causa da educação em Medeiros Neto, dando novo impulso à obra educativa. Em 1963, inaugura-se o Grupo Escolar Deolisano Rodrigues de Souza, cujo nome foi escolhido em homenagem a grande figura de um homem público, deputado estadual naquela época. Também em 1963, por iniciativa particular e posteriormente entregue a Mitra Diocesana, foi criado o Ginásio João XXIII e 1965 o Ginásio Comercial Alvorada foi criado pela Fundação Social e Educacional Alvorada.

Outras escolas são construídas na sede, distritos e zona rural e em 1969, graças aos esforços do Prefeito Jaime Ramalho Nóbrega, foi criada Colégio Normal Municipal de Medeiros Neto, em seguida Surge a Escola Técnica de Comércio onde hoje funciona o Ensino Médio.

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