NEGROMONTE, NA MIRA DA FAXINA.
Depois de VEJA ter revelado que o ministro das Cidades, Mário Negromonte, tentou subornar seus colegas do PP, o PPS vai pedir a convocação do ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. "As informações publicadas por VEJA são muito graves e precisam ser investigadas. Inicialmente precisamos ouvir o ministro sobre toda essa história", diz o líder da bancada do partido na Casa, Rubens Bueno (PR).
Como o governo tem adotado a tática de permitir que qualquer ministro vá ao Congresso - desde que as convocações sejam transformadas em convite, Negromonte deve mesmo ir à Câmara nos próximos dias.
No Senado, a convocação do ministro já havia sido aprovada, também na Comissão de Fiscalização Financeira, por causa de denúncias anteriores. Agora, a ida de Negromonte à Casa deve ser agendada de forma mais célere. O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), diz que novamente a imprensa chegou antes do governo: "Eu vejo a presidente sendo atropelada pelos fatos. Essa tentativa de encenar a faxina não pode iludir a oposição", afirma ele.
O parlamentar também avalia que, à media que mais partidos aliados se vêem envolvidos em graves denúncias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção se torna mais distante: "Isso atrapalha. Nós estamos verificando que há uma reciprocidade no ato de blindar. Há uma barganha nesse quesito", afirma ele. Até agora, problemas éticos já derrubaram ministros do PT (Antonio Palocci), do PMDB (Wagner Rossi) e do PR (Alfredo Nascimento).
O ministro Mário Negromonte emitiu uma nota em que nega ter organizado reunião partidária dentro do ministério e diz que não participa da articulação política da bancada. "O ministro Mário Negromonte desconhece suposta oferta de dinheiro em troca de apoio ao líder do PP", diz o comunicado.
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