Fracasso total foi a reunião da Suzano, Veracel e Fibria na associação comercial

No último 26 de outubro de 2011, o encontro denominado BAHIA FLORESTAL foi realizado em Teixeira de Freitas no pequeno auditório da Associação Comercial, pela ABAF (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal) e SINDPACEL (Sindicado das indústrias de papel e celulose) para apresentar dados de produção florestal na região e divulgar outras oportunidades de negócios com o eucalipto. Porem, em um evento como este, claro que num evento como este o óbvio seria a presença de dezenas de produtores da madeira, mas não foi isso o que aconteceu, e como era de se esperar, foi um tremendo fracasso. 

 
Porém, este mau êxito é facilmente entendido, quando se faz saber que as empresas de celulose e papel, Fibria, Aracruz e em especial a Suzano, estão fugindo seus compromissos firmados com os produtores de eucaliptos, quando que da oportunidade para atrair o maior número de fornecedores possível, prometeram sustentabilidade, longevidade e principalmente o fomento. Estes produtores por sua vez, acreditando nas promessas das empresas acima citadas, entraram com tudo no novo segmento da silvicultura, deixando de lado a pecuária - segmento este que era a principal economia da região - desmanchando assim suas casas e currais para plantar o eucalipto acreditando ser esta uma excelente oportunidade de investimento. Até os dias atuais, calcula-se que se os fazendeiros pegarem o que lhes sobraram de lucro da "Aventura Eucalíptica", não dá nem pra reerguerem suas casas e currais desmanchados.

Numa tentativa de sair sorrateiramente do compromisso que estas empresas de papel e celulose assumiram, a Suzano articulou a vinda da  ABAF, para maquiar e blindar as empresas por trás envolvidas na situação. A ABAF e a SINDIPACEL, fizeram um discurso meio confuso mas, explanaram outras oportunidades de negócios com o eucalipto. O que para os produtores é este o álibi destas empresas, para joga-los nas mãos dos bancos, e saírem de fininho do compromisso que foi por elas firmado.

Desde as mudas até árvores adultas, o plantio de eucalipto está sujeito a ser atacado por espécies de fungos capazes de acabar com todo o processo. Assim, toda supervisão e análise constante nas florestas plantadas faz toda diferença no desenvolvimento florestal. Podridão de Estaca, Tombamento e Podridão da Raiz,  Murcha Bacteriana do Eucalipto, etc. são apenas algumas das doenças mais importantes que o produtor precisa estar atento no dia a dia. Isso é apenas um dos muitos detalhes que eram todos providos pelo fomento que era realizado pela Suzano, Fibria e Veracel. Uma vez em que estas empresas rompem com o fomento, os produtores que quiserem se arriscar neste negócio (onde quem ganha muito são as fábricas), terão que se sujeitarem aos juros abusivos dos bancos, penhora de terras, dentre outras burocracias, que só trará turbulência e acarretará uma tremenda dor de cabeça para o extremo sul baiano, pois os atuais produtores de eucalipto que eram outrora pecuaristas,  se vêem num mato sem cachorro e sem saber pra onde ir, pois como  a cultura bovina  foi perdendo espaço gradativamente por causa da Suzano, Fibria e Aracruz Celulose , (que dizimaram praticamente toda nossa principal economia) os mesmos estão a ver navios.

O encontro contou com pouquíssimos participantes. Porém se fosse analisada a proporção do pequeno espaço que foi realizado o evento, poderia se considerar que foi "casa quase cheia". A pequena plateia foi composta basicamente por representantes de bancos, EBDA, funcionários das empresas envolvidas no evento, três fotógrafos e o pessoal do Buffet, chegando a pouco mais de trinta pessoas. Cadeiras vazias não faltaram e o que faltou mesmo foi a presença dos Produtores de Eucalipto, que sabendo dessa estratégia das empresas capitalistas, não lhe deram o gostinho de suas honrosas presenças.

Fica agora aquela pergunta que não quer calar: PORQUE OS PRINCIPAIS CONVIDADOS NÃO APARECERAM NO ENCONTRO DENOMINADO: PROGRAMA BAHIA FLORESTAL?

O encontro Programa Bahia Florestal,  serviu apenas para mascarar o fim definitivo do fomento por parte da Suzano, Aracruz e Fibria, para com os seus produtores, o que explica o fracasso total da conferência. Porém, é importante perceber qual o significado de tal fracasso além do campo meramente diplomático e político. Vemos, então, surgirem estruturas políticas totalmente atrasadas que não correspondem ao desenvolvimento atual das forças produtivas. Cada vez mais, o grande capital, para conservar-se como senhor e explorador do processo de trabalho, é obrigado a apoiar-se em uma classe política de parasitas, burocracias partidárias que bloqueiam o processo produtivo e aprofundam a crise econômica estrutural do sistema capitalista, se espalham pelo planeta para tentar conter o processo de avanço das forças produtivas e, com elas, o avanço da classe operária, dos desempregados, da juventude revolucionária, que, cada vez mais, mostra nas ruas o seu descontentamento, a sua revolta, a vontade de construir uma outra sociedade além do capitalismo.